terça-feira, 24 de agosto de 2010

O ego como origem da desigualdade?

O que leva um ser humano a desejar ocupar outro estrato social? Por exemplo, o que leva um gari a querer um emprego como médico. A resposta hoje é econômica. O gari (como exemplo) ganha pouco em seu serviço e por necessidade financeira almeja um posição de maior rentabilidade. Necessário. Nossa sociedade não provê igual tratamento, como exemplo na saúde. A saúde deveria ser universal, gratuita e de qualidade. Na pratica não é isso que ocorre. Na prática o cidadão é obrigado ou a pagar pelo serviço (caro) ou enfrentar à sorte as filas desses serviços. Tal condição obriga o homem comum a “subir” de vida.




Pense em uma sociedade, podemos dizer utópica, onde as condições econômicas não sejam mais um problema sério como hoje. Uma sociedade onde um gari e o médico são igualmente bem remunerados pelos seus serviços e ambos têm iguais condições de entretenimento, saúde, educação (as duas últimas de origem pública e de QUALIDADE) Em uma sociedade onde qualquer criança, filha de quem for, freqüentasse escolas gratuitamente e de qualidade, onde a saúde não precisaria ser diretamente paga pelo interessado ou mesmo onde sua velhice fosse assistida e segura, o EGO ainda seria motivo de disputas e desigualdades. O que quero dizer com isso: Que é o EGO o verdadeiro combustível do capitalismo selvagem. O desejo de querer MAIS que os outros. Nessa sociedade hipotética que sugeri onde todas as necessidades básicas fossem atendidas não haveria a desculpa econômica para tal comportamento. Eu quero dizer que qualquer atividade de mudança é hostil? Não. Mas a interpretação de que a vida social é uma ascendente sem retorno e sem pausas é falaciosa. Antes fosse assim a busca pelo caráter e o conhecimento. Mas como citei as pessoas ainda alimentadas pelo ego procurariam segregar a população, criar rostos, raças, extratos, situações para se diferenciar do O outro.

No fundo muito do que impende uma sociedade de se tornar igualitária é o sentimento de que: “Eu estudei a vida toda e MEREÇO ganhar mais que todo mundo”. Em uma sociedade faminta como a nossa onde a maioria disputa o resto em certo ângulo é compreensível, mas em um lugar onde as necessidades básicas são atendidas tal atitude é antirracional, antisocial e egoísta. “Ele e eu temos as mesmas condições de viver, mas eu mereço ganhar mais, ser diferente, me destacar pois fiz da minha vida tal coisa”.

Quiçá existirá um tempo onde a sociedade proverá as condições básicas de sobrevivência e crescimento intelectual/moral e um homem deseje algo pelo bem do próximo e não por que tal coisa o faria especial. Se tal modelo de mundo existisse, sem a cortina econômica, atitudes egoístas seriam visivelmente identificadas e mais ainda, injustificadas.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Para Pensar



"Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula, em cujo centro puseram uma escada e, sobre ela, um cacho de bananas. Quando um macaco subia a escada para apanhar as bananas, os cientistas lançavam
um jacto de água fria nos que estavam no chão. Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros enchiam-no de pancada.
Passado mais algum tempo, mais nenhum macaco subia a escada, apesar da tentação das bananas. Então, os cientistas substituíram um dos cinco macacos. A primeira coisa que ele fez foi subir a escada, dela sendo rapidamente retirado pelos outros, que lhe bateram. Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo não subia mais a escada. Um segundo foi substituído, e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto
participado, com entusiasmo, na surra ao novato. Um terceiro foi trocado, e repetiu-se o facto. Um quarto e, finalmente, o último dos veteranos foi substituído.

Os cientistas ficaram, então, com um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam a bater naquele que tentasse chegar às bananas.
Se fosse possível perguntar a algum deles porque batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza que a resposta seria:

“Não sei, as coisas sempre foram assim por aqui… “




Que tipo de analogias podemos fazer ao comparar esse relato ao universo do comportamento humano?

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Frases - Benedito Espinoza

"É impossíver impor a uniformidade de discurso. Quanto mais os governantes tentam reduzir a liberdade de expressão, mais resistência sofrem. Não por parte dos avarentos bajuladores e imbecis, que crêem que a salvação está em forrar o estômago e vangloriar-se de seus bolsos. Mas por aqueles que através da cultura, moralidade e virtudes, tornaram-se livres."

Frases - Francis Bacon

“Triste destino é o homem morrer conhecido de todos, mas desconhecido a si mesmo" - Francis Bacon

sábado, 13 de março de 2010

Contagem Regressiva para a morte

Levando em consideração o tempo médio de vida de um homem em um país de primeiro mundo, a idade com que meu avô morreu chutei uma morte aos 85 anos de idade. Por isso o relógio abaixo, marcando o tempo que falta.

Que tipo de experiência podemos tirar quando nos deparamos com um relógio desse?

O relógio será mantido ativo lá embaixo, no fim do blog.



Custom Countdown Clock

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Pálido Ponto Azul

Foto da Terra feita pela Voyager 1 a 6,4 bilhões de quilômetros de distância


Reflexão de Carl Sagan:
"Olhem de novo para esse ponto. Esse ponto é aqui, nosso lar. Nesse ponto todos as pessoas que você conhece, todos aqueles dos quais você já ouviu falar, todo ser humano que já existiu, viveu a vida deles. O conjunto de todas as nossas alegrias e sofrimentos, milhares de religiões, ideologias e doutrinas econômicas, todos os caçadores e suas presas, todos os heróis e covardes, todos os criadores e destruidores de civilizações, todos os reis e plebeus, todos os casais apaixonados, todas as mães e pais, todas as crianças esperançosas, todos os inventores e exploradores, todos os ensinadores morais, todos os políticos corruptos, todas as celebridades, todos os líderes supremos, todos os santos e pecadores na história de nossa espécie, viveram aqui -- nessa partícula de poeira suspensa num raio de luz.

A Terra é apenas um minúsculo cenário na vasta arena cósmica. Pense nos rios de sangue derramados pelos imperadores e generais para que, num momento de glória e triunfo, pudessem se tornar mestres de apenas um pedaço desse ponto. Imagine as incontáveis crueldades impostas aos habitantes que foram visitados pelos que viviam do outro lado desse pixel; quão frequente eram seus desentendimentos, quão ávidos por matar uns aos outros, quão grande eram seus ódios.

Nossa postura, nossa imaginária auto-importância, a ilusão de que vivemos em um lugar privilegiado do Universo, tudo isso é colocado em cheque por esse pálido ponto de luz. Nosso planeta é apenas uma partícula cercada cosmicamente por um vasto e escuro Universo. Diante de nossa obscuridão, em toda essa vastidão, não há o menor indício de alguém venha nos ajudar e nos salvar de nós mesmos.

Até agora, a Terra é o único planeta capaz de suportar a vida. Não há nenhum outro, pelo menos num futuro próximo, para o qual nossa espécie possa migrar. Visitar, talvez. Assentar, ainda não. Goste ou não, por enquanto a Terra é o que temos.

Dizem que a Astronomia é uma experiência humilde e fortalecedora. Talvez não haja melhor exemplo das tolices dos conceitos humanos que essa minúscula imagem do nosso mundo. Para mim, ela ressalta nossa responsabilidade de tratarmos melhor uns aos outros, de preservar e cuidar desse pálido ponto azul, o único lar que conhecemos."

Carl Sagan (1934 - 1996)