sábado, 23 de julho de 2011

Solidão

Vazio. Completo e profundo vazio. Sentimento que corrói. Mais letal do que qualquer arma. Veneno do espírito humano. Besta sem forma. Maior do que qualquer conquista. Maior que o medo. Maior do que a morte. Pois essas dela se alimentam. Inescrutável e inefável vazio.


Solidão


Precursora de toda a vida. Precursora de tudo o que existe. Sinônimo da inexistência. Do não sentido.


Não há sentido nenhum quando só o que se sente é que se sente só.

sábado, 4 de junho de 2011

Em algum momento no futuro


Sinto uma presença estranha, como uma sombra esguia. Chama minha atenção e toma forma. De repente tomo consciência do frio. Um frio que sem aviso rouba o calor do meu corpo. Comendo os meus pés avança para minhas entranhas.

Os sons do mundo já não se fazem presente. Só o que ouço é meu coração, que bate como nunca senti, e sinto o medo como ninguém, que em algum momento ouvi.



Ainda estou vivo e por isso estou feliz. Contudo sou apenas outro tolo, pois agora ela me alcançou, finalmente, e a me faz perceber o óbvio.

Estou cansado demais. Exausto, como nunca antes na vida, ou talvez seja dela (enigmática, inescrutável e cruel – porém preciosa) vida? Tudo o que sei que a exaustão agora é bom negócio.

Meus olhos estão pesados demais para ver. Talvez um breve descanso e tudo melhore.

Já não sinto meu corpo, apenas o sono chegando. Um sono profundo e frio, vindo de não sei onde. Tão profundo que sei que não irei sonhar.

Quando o momento chega, e os céus se enrolam, o medo vai dando lugar a um arrependimento de uma vida curta demais. E como se morrer não bastasse, a tristeza me cobre, e me faz companhia, pois com certeza sei que amanhã não irei acordar.

sábado, 30 de abril de 2011

Agnosticismo: Uma falácia lógica

Vamos discutir sobre o agnosticismo. Posição definida por muitos como a mais racional.

O agnóstico por definição:

" ... como alguém que acredita que a questão da existência ou não de um poder superior (Deus) não foi nem nunca será resolvida."

Contudo, isso não responde nada. Um crente pode afirmar a mesma passagem acima, e ainda assim acreditar em Deus pois se baseia na fé. O ateu pode afirmar a mesma passagem e não acreditar em Deus, pois sua opinião se baseia em todo o conhecimento empírico acumulado. Ser ateu ou ser crente não invalida a afirmação destacada;
O agnosticismo é defendida muitas vezes como a posição mais racional. Como muitos agnósticos afirmam:

"Nós não cremos na existência ou não existência de deus. Não há resposta"


Nessa parte encontra-se a falácia agnóstica. Esse pensamento é IMPRATICÁVEL, ou seja, na prática ele não funciona, pois a única maneira de não se ter uma opinião sobre o assunto ou qualquer outro assunto (e o ateísmo e fé são nada mais que opiniões) é NÃO PENSAR NELE.

Ninguém nesse mundo é capaz de encarar qualquer problema e não crer na existência de uma resposta ou na não existência para tal, pois para seguir qualquer linha de raciocínio e seguido ou nao de uma ação é necessario antes tomar uma hipótese como temporariamente verdadeira, para assim validar a hipótese como falsa, ou não. Nossos cérebros funcionam assim. Por isso crentes buscam na fé um constante respaldo para sua crença e os ateus buscam no conjunto de informações empíricas colhidas o respaldo para o que crê. Em todos os casos há uma opinião. E se há tal opinião é porque pensamos no assunto.

Alem de não responder nada, o agnosticismo é também pouco específico sobre onde sua filosofia se aplica. Pois se eu como agnóstico:

"...acredito que a questão da existência ou não de um poder superior (Deus) não foi nem nunca será resolvida."

Também devo:

"...acreditar que a questão da existência ou não de um poder superior (Zeus) não foi nem nunca será resolvida."
"...acreditar que a questão da existência ou não de um poder superior (Fada) não foi nem nunca será resolvida."



Ou seja. Eu interpreto qualquer assunto que não possue evidência conhecida e necessita de fé como inatingível e sem resposta. Ou sejam basicamente qualquer coisa que podemos imaginar.

O agnosticismo, diferentemente de como muitos afirmam, não é a posição mais racional, pois exclui questionamento, exclui reflexão, exclui até mesmo pensar no assunto (quem tem fé pensa sobre isso). Exclui e ignora o que nós somos como pessoas. Seres que pensam. Que buscam a verdade. E se existe tal verdade ou não existe, caberá aos seres que tem opinião e não temem estarem errados ( crentes ou ateus) alcançar.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

O ego como origem da desigualdade?

O que leva um ser humano a desejar ocupar outro estrato social? Por exemplo, o que leva um gari a querer um emprego como médico. A resposta hoje é econômica. O gari (como exemplo) ganha pouco em seu serviço e por necessidade financeira almeja um posição de maior rentabilidade. Necessário. Nossa sociedade não provê igual tratamento, como exemplo na saúde. A saúde deveria ser universal, gratuita e de qualidade. Na pratica não é isso que ocorre. Na prática o cidadão é obrigado ou a pagar pelo serviço (caro) ou enfrentar à sorte as filas desses serviços. Tal condição obriga o homem comum a “subir” de vida.




Pense em uma sociedade, podemos dizer utópica, onde as condições econômicas não sejam mais um problema sério como hoje. Uma sociedade onde um gari e o médico são igualmente bem remunerados pelos seus serviços e ambos têm iguais condições de entretenimento, saúde, educação (as duas últimas de origem pública e de QUALIDADE) Em uma sociedade onde qualquer criança, filha de quem for, freqüentasse escolas gratuitamente e de qualidade, onde a saúde não precisaria ser diretamente paga pelo interessado ou mesmo onde sua velhice fosse assistida e segura, o EGO ainda seria motivo de disputas e desigualdades. O que quero dizer com isso: Que é o EGO o verdadeiro combustível do capitalismo selvagem. O desejo de querer MAIS que os outros. Nessa sociedade hipotética que sugeri onde todas as necessidades básicas fossem atendidas não haveria a desculpa econômica para tal comportamento. Eu quero dizer que qualquer atividade de mudança é hostil? Não. Mas a interpretação de que a vida social é uma ascendente sem retorno e sem pausas é falaciosa. Antes fosse assim a busca pelo caráter e o conhecimento. Mas como citei as pessoas ainda alimentadas pelo ego procurariam segregar a população, criar rostos, raças, extratos, situações para se diferenciar do O outro.

No fundo muito do que impende uma sociedade de se tornar igualitária é o sentimento de que: “Eu estudei a vida toda e MEREÇO ganhar mais que todo mundo”. Em uma sociedade faminta como a nossa onde a maioria disputa o resto em certo ângulo é compreensível, mas em um lugar onde as necessidades básicas são atendidas tal atitude é antirracional, antisocial e egoísta. “Ele e eu temos as mesmas condições de viver, mas eu mereço ganhar mais, ser diferente, me destacar pois fiz da minha vida tal coisa”.

Quiçá existirá um tempo onde a sociedade proverá as condições básicas de sobrevivência e crescimento intelectual/moral e um homem deseje algo pelo bem do próximo e não por que tal coisa o faria especial. Se tal modelo de mundo existisse, sem a cortina econômica, atitudes egoístas seriam visivelmente identificadas e mais ainda, injustificadas.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Para Pensar



"Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula, em cujo centro puseram uma escada e, sobre ela, um cacho de bananas. Quando um macaco subia a escada para apanhar as bananas, os cientistas lançavam
um jacto de água fria nos que estavam no chão. Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros enchiam-no de pancada.
Passado mais algum tempo, mais nenhum macaco subia a escada, apesar da tentação das bananas. Então, os cientistas substituíram um dos cinco macacos. A primeira coisa que ele fez foi subir a escada, dela sendo rapidamente retirado pelos outros, que lhe bateram. Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo não subia mais a escada. Um segundo foi substituído, e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto
participado, com entusiasmo, na surra ao novato. Um terceiro foi trocado, e repetiu-se o facto. Um quarto e, finalmente, o último dos veteranos foi substituído.

Os cientistas ficaram, então, com um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam a bater naquele que tentasse chegar às bananas.
Se fosse possível perguntar a algum deles porque batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza que a resposta seria:

“Não sei, as coisas sempre foram assim por aqui… “




Que tipo de analogias podemos fazer ao comparar esse relato ao universo do comportamento humano?

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Frases - Benedito Espinoza

"É impossíver impor a uniformidade de discurso. Quanto mais os governantes tentam reduzir a liberdade de expressão, mais resistência sofrem. Não por parte dos avarentos bajuladores e imbecis, que crêem que a salvação está em forrar o estômago e vangloriar-se de seus bolsos. Mas por aqueles que através da cultura, moralidade e virtudes, tornaram-se livres."

Frases - Francis Bacon

“Triste destino é o homem morrer conhecido de todos, mas desconhecido a si mesmo" - Francis Bacon