sábado, 4 de junho de 2011

Em algum momento no futuro


Sinto uma presença estranha, como uma sombra esguia. Chama minha atenção e toma forma. De repente tomo consciência do frio. Um frio que sem aviso rouba o calor do meu corpo. Comendo os meus pés avança para minhas entranhas.

Os sons do mundo já não se fazem presente. Só o que ouço é meu coração, que bate como nunca senti, e sinto o medo como ninguém, que em algum momento ouvi.



Ainda estou vivo e por isso estou feliz. Contudo sou apenas outro tolo, pois agora ela me alcançou, finalmente, e a me faz perceber o óbvio.

Estou cansado demais. Exausto, como nunca antes na vida, ou talvez seja dela (enigmática, inescrutável e cruel – porém preciosa) vida? Tudo o que sei que a exaustão agora é bom negócio.

Meus olhos estão pesados demais para ver. Talvez um breve descanso e tudo melhore.

Já não sinto meu corpo, apenas o sono chegando. Um sono profundo e frio, vindo de não sei onde. Tão profundo que sei que não irei sonhar.

Quando o momento chega, e os céus se enrolam, o medo vai dando lugar a um arrependimento de uma vida curta demais. E como se morrer não bastasse, a tristeza me cobre, e me faz companhia, pois com certeza sei que amanhã não irei acordar.

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